Sabes como é sentires-te desamparado e sem rumo? Sentires que estás a cair, veres apenas um pau em chamas para te segurares e insistires em amarrar-te no fogo quando sabes que no fundo do precipício te esperam os colchões de penas mais macios? Imagina quando te encontras num país diferente, sozinho e não consegues comunicar... Como é que te sentes? Perdido? Concordo.
Agora pensa em como é que eu me sinto agora que a tempestade amainou e mesmo assim eu não encontro a costa. Alguém apagou o farol que me deveria guiar de regresso a casa ou, então, estou demasiado longe para conseguir vê-lo.
Foi assim que eu me senti quando percebi que te tinha perdido. No entanto, depois de vasculhar nos velhos baús do meu barco, descobri uma bússola que me guiará para um porto seguro. Duvido muito que o meu porto seguro sejas tu outra vez, porque agora percebo que a tua base é instável, constituída por esperanças vãs e descabidas.